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segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Organismos Geneticamente Modificados ou simplesmente OGM´s

Acredite milho, soja, batata, insetos, mamíferos, peixes, fungos e bactérias já estão nessa lista a muito tempo. Ao longo dos milênios, os humanos empregaram métodos de reprodução seletiva para modificar organismos vivos. Milho, gado e até mesmo cães foram criados de forma a adquirirem características desejadas em diversas gerações.

Nos últimos anos, porém, a biotecnologia possibilitou aos cientistas manipular diretamente o DNA de microrganismos, culturas e também de animais, formando então os conhecidos organismos geneticamente modificados,  popularmente conhecido como transgênico. Um organismo geneticamente modificado (OGMs), segundo a Lei de Biossegurança (11.105/05), é um ser vivo que teve seu material genético (DNA/RNA) modificado por engenharia genética, de modo que passe a conter novas características em sua formação.

No início da década de 1970, marcou-se o início do desenvolvimento de técnicas de engenharia genética, com a descoberta das nucleases de restrição, enzimas estas que possuem a capacidade de cortar o DNA em pontos bem definidos. A identificação destas enzimas foi fundamental para o avanço da tecnologia do DNA recombinante, que se tornou a técnica mais utilizada na engenharia genética.

Desde então, os cientistas começaram a identificar, isolar, silenciar, deletar, replicar e sequenciar fragmentos de DNA que são aptos a serem introduzidos no genoma de um organismo, permitindo assim a manipulação do material genético e sua reintrodução dentro de uma célula animal ou vegetal. Os OGMs podem ser qualquer ser vivo, desde bactérias, plantas até animais. Sendo que a maioria dos animais transgênicos são criados para fins de pesquisa, servindo como “modelos” para estudar a função de genes específicos e como eles se relacionam com a saúde e a doença. No entanto, alguns são produzidos para consumo humano, como o salmão geneticamente modificado para amadurecer mais rapidamente, aprovado pela Food and Drug Administration (FDA).

Salmão Transgênico

Os OGMs mais conhecidos são os utilizados em produtos alimentares, como milho, soja e beterraba, 90% dos quais são transgênicos. Essas culturas geneticamente modificadas produzem mais rendimentos, têm uma vida útil mais longa, são resistentes a doenças e pragas e até têm um sabor melhor. Esses benefícios são boas notícias tanto para os agricultores quanto para os consumidores. 

Quais as vantagens do uso de OGMs:

As vantagens dos OGMs são inúmeras em alimentos por exemplo, a resistência a pestes, tolerância aos herbicidas, resistência a doenças, tolerância ao frio, tolerância às secas/tolerância a salinidade, enriquecimento nutricional e vacinação. Estas vantagens ajudarão a eliminar a utilização de pesticidas químicos, reduzir o tempo e o custo de produção de alimentos, permitir o cultivo de plantas em terrenos antes considerados impróprios, fornecer alimentos enriquecidos com vitaminas e minerais às zonas de pobreza. 
Para a indústria farmacêutica a produção de medicamentos, vacinas e anticorpos produzidos em plantas já passaram por ensaios clínicos. Além disso, o uso de animais geneticamente modificados também tem sido fundamental na pesquisa médica. Esses animais transgênicos são regularmente criados para portar genes humanos ou mutações em certos genes, permitindo assim o estudo da progressão e dos determinantes genéticos de várias doenças.

Além disso, plantas geneticamente modificadas podem ser utilizadas para produzir vacinas recombinantes, o que pode permitir que campanhas de vacinação em escala sejam realizadas em países subdesenvolvidos com custos reduzidos. Atualmente, cientistas estão trabalhando para desenvolver vacinas candidatas derivadas de plantas em batata e alface para o vírus da hepatite B (HBV), Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC) e vírus Norwalk. Proteínas comercialmente valiosas, como a proteína da seda da aranha e polímeros usados ​​em cirurgia ou transplante de tecidos, também estão sendo investigadas para produção em plantas. Animais geneticamente modificados já foram usados ​​para cultivar tecidos para transplante e órgãos humanos, o que é conhecido como xenotransplante. Embora os OGMs ofereçam muitos benefícios para os seres humanos, a engenharia genética pode causar preocupações, como reações alérgicas inesperadas a alguns alimentos transgênicos e a possibilidade de espalhamento de DNA estranho para plantas e animais não transgênicos.

Riscos e controvérsias em torno do uso de OGMs

Apesar de a transferência de genes entre espécies ocorrer naturalmente, existem consequências desconhecidas ao alterar o estado natural de um organismo por meio da expressão de genes estranhos. Estas alterações podem afetar o metabolismo, o crescimento e a resposta a fatores externos, além de influenciar o organismo modificado, bem como o ambiente em que ele pode proliferar. Além disso, existe a possibilidade de exposição a novos alérgenos, bem como a transferência de genes resistentes a antibióticos para a flora intestinal. A transferência horizontal de genes resistentes a pesticidas, herbicidas ou antibióticos para outros organismos também pode causar desequilíbrios ecológicos, permitindo a proliferação descontrolada de organismos inócuos, aumentando assim o risco de doenças para plantas e animais. Embora este risco seja considerado bastante baixo, pois a transferência horizontal de genes ocorre naturalmente a uma taxa muito baixa, ainda é necessário investigar mais a fundo para evitar quaisquer danos.

Por esse motivo eles são regulados e testados. No Brasil, a Lei 11.105, conhecida como Lei de Biossegurança, estabelece normas de segurança para as atividades que envolvam OGMs e seus derivados, visando garantir a segurança de produtos que sejam liberados para o comércio. Com essa lei, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), instância colegiada vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), é responsável por avaliar os resultados da pesquisa de biossegurança e a análise dos riscos de OGM no vegetal, no ambiente e na saúde humana e animal. Em 20 anos de adoção no Brasil, os OGMs mostraram-se eficientes e seguros. Até o momento, a aprovação comercial de 182 produtos geneticamente modificados foi concedida no Brasil (CNTBio 2020). Entre eles, destacam-se plantas, vacinas, medicamentos, microrganismos (como leveduras e microalgas) e insetos, tais como o Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika vírus e febre chikungunya.

A verdade é que isso só tende a aumentar pois os OGMs desempem um papel importante na pesquisa, tendo potencial de contribuir de forma significativa para a humanidade. Se usados ​​de forma responsável, eles podem aumentar a disponibilidade e qualidade de alimentos, bem como melhorar o acesso a cuidados médicos e ajudar a manter um ambiente saudável. Além disso, eles poderiam desempenhar um papel importante na redução da fome e das doenças em todo o mundo. É importante que os riscos associados a cada novo OGM sejam cuidadosamente considerados para que possamos aproveitar ao máximo os benefícios que eles podem oferecer.

FONTES: [1], [2], [3], [4].

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Avaliado item: Organismos Geneticamente Modificados ou simplesmente OGM´s Descrição: Classificação: 5 Revisado por: Adriana Cordeiro