A
verdade é que nós humanos emitimos centenas de compostos de odores, que variam à
medida que nossos corpos mudam com a idade, doenças e estado reprodutivo. O que
suamos, secretamos e exalamos documenta a paisagem em constante mudança dentro
de nós. Com apenas 5 milhões de
receptores de odores não conseguimos detectar essa variação bioquímica dentro
de nossos corpos.
O
que é bem diferente quando se trata do melhor amigo do homem. Os cachorros
possuem incríveis poderes do olfato com mais de 220 milhões de receptores de
odor, e eles podem cheirar coisas que parecem insondáveis para nós. Eles
podem detectar alguns odores em partes por trilhão e podem detectar incontáveis sutilezas em aromas.
Vemos
quase que diariamente os cães policiais encontrando drogas nos lugares mais imprevisíveis
como o cão farejador que 'encontrou' um recipiente de plástico com 15 quilos de
maconha submerso dentro de um tanque de gasolina.
Mas
isso vai além, podem até farejar doenças percebendo pequenas mudanças no corpo humano.
Podem perceber uma pequena mudança em nossos hormônios até a liberação de
compostos orgânicos voláteis liberados pelas células cancerosas. O olfato dos
cães é tão sutil que eles podem notar a mais leve mudança no cheiro humano
causada por doenças.
Pesquisadores
e treinadores de cães estão apenas começando a entender como os cães fazem isso
e como podemos colocá-los para trabalhar para serem nossos auxiliares nos
cuidados com a saúde.
E,
quais são essas doenças que os cães podem detectar:
1 -
Câncer
Os
cânceres de pulmão e de mama são as principais causas de morte por câncer em
todo o mundo. Estudos mostraram que pessoas portadoras apresentam marcadores
bioquímicos exalados na respiração de pacientes com câncer de pulmão e mama. Os
cães conseguem detectar essas variações. Uma vez treinados, os cães foram
capazes de detectar câncer de mama com precisão de 88% e câncer de pulmão com
precisão de 99%. Eles poderiam fazer isso em todos os quatro estágios das doenças [1].
2 – COVID-19
Os
compostos orgânicos voláteis produzidos durante as infecções respiratórias
podem causar marcas de cheiro específicas, que podem ser detectadas por cães
treinados com uma alta taxa de precisão. Os cães foram capazes de discriminar
entre amostras de indivíduos infectados (positivos) e não infectados
(negativos) [2].
3
– Narcolepsia
Distúrbio
cerebral que afeta a capacidade de controlar os ciclos de sono-vigília. Como a
pessoa não tem controle e não sabe quando vai pegar no “sono” está é uma condição perigosa, pois alguém que
sofrer um ataque pode se ferir ao cair no chão ou pode levar um acidente de
carro se isso acontecer enquanto estiver dirigindo. Esse distúrbio leva uma
mudança bioquímica no corpo, e os cientistas destacam que há um cheiro característicos
que os cães conseguem detectar. Os cães treinados acompanham a pessoa com narcolepsia
e quando sabem que o ataque esta próximo a acontecer ele avisam até 5 minutos
antes que ele acontece para que pessoa procure um lugar ou posição segura,
quando o ataque acontece eles ajudam essa pessoa, cuidam para que ela não caia
no chão, ou se estivem em publico ele fica sobre a pessoa para sua proteção
além serem treinados para pedir ajuda. Incrível não é mesmo! Dê uma olhadinha
no site do Sleep Review se você se interessou pelo assunto [3].
4-
Hipoglicemia
A
hipoglicemia é uma complicação comum e potencialmente fatal do diabetes em
indivíduos que recebem insulina e é especialmente perigosa para pacientes de
longo prazo que podem ter perdido a capacidade de reconhecer os primeiros
sinais de alerta [4]. Os cachorros conseguem detectar o isopreno, uma substancia
liberada pela nossa respiração que aumenta quando o nível de açúcar do sangue
de uma pessoa está baixo. O isopreno é uma substância química da respiração
humana. Ele aumenta de volume quando o açúcar no sangue de uma pessoa cai.
O
cão foi sugerido como um “sistema de alarme biocompatível e amigável para o
paciente” para hipoglicemia [5]. Estudos de caso indicaram que cães de estimação
podem exibir comportamentos específicos espontaneamente quando o açúcar no
sangue de seu dono diminui, mais comumente vocalizando, acariciando, lambendo,
mordendo, pulando e olhando para seu dono [6].
5
– Diabetes
Estudos
anteriores sugeriram que alguns cães de estimação respondem ao estado hiperglicêmico
de seus donos. Pesquisadores também comprovam que cães podem alertar sobre a glicemia
de pacientes que vivem com diabetes e proporcionam melhorias significativas no
bem-estar do dono. Desde a obtenção de seu cão, todos os dezessete clientes
estudados relataram efeitos positivos, incluindo redução de chamadas de
paramédicos, diminuição de episódios inconscientes e melhora da independência.
Dados registrados pelo proprietário mostraram que os cães alertavam seus donos,
com uma precisão significativa, embora variável, em momentos de baixo e alto açúcar
no sangue. Desde a obtenção de seu cão, todos os dezessete clientes
estudados relataram efeitos positivos, incluindo redução de chamadas de
paramédicos, diminuição de episódios inconscientes e melhora da independência. Dados
registrados pelo proprietário mostraram que os cães alertavam seus donos, com
uma precisão significativa, embora variável, em momentos de baixo e alto açúcar
no sangue [7].
6
- Enxaqueca.
Só
quem sofre de enxaqueca sabe que se pudesse evitar horas e até dias de dor seria
uma melhora de vida considerável. Pois bem os cães podem avisar muito antes que
elas aconteçam. Como eles fazem isso? Como qualquer outra condição médica, os
cães podem farejá-lo. Isso ocorre porque, se você está a caminho de uma
enxaqueca, sua serotonina aumenta. Os cães podem cheirar isso e alertam você
com um ganido [8].
7-
Malária.
A
malária pode não ser comum em todos os lugares, mas nos países onde ainda
existe, pode ser mortal. Principalmente para crianças. Pesquisadores no Reino
Unido e na Gâmbia dizem que os cães podem cheirar malária e que os animais
podem ajudar a erradicar a doença. Pesquisadores no Reino Unido e na Gâmbia
dizem que os cães podem cheirar malária e que os animais podem ajudar a
erradicar a doença.
Estudos já mostraram que ser infectado com o parasita da malária muda nosso cheiro para nos tornar mais atraentes para os mosquitos que picam as pessoas e espalham a doença. Os cães conseguem detectar essa variação no odor simplesmente cheirando suas meias. Mesmo que alguém não apresente sintomas, o cão sabe com antecedência quando alguém está com a doença. O objetivo é um dia usar os cães especialmente treinados em aeroportos para encontrar portadores da doença em um esforço para erradicar a malária para sempre [9].
8
- Medo e o estresse.
Os cães podem ser treinados para cheirar os níveis de cortisol em humanos. O cortisol é o hormônio comumente conhecido como "hormônio do estresse". Portanto, quando os níveis de cortisol aumentam, os cães podem sentir o cheiro. Eles também podem ser treinados para ajudar pessoas com níveis de estresse acima do normal.
Um
cão farejador de cortisol pode ajudar crianças autistas, as quais muitas das
vezes não sabem dizer a alguém quando estão chateadas, os cães podem falar por
elas [10].
9 - Parkinson
É
um distúrbio do sistema nervoso que afeta os movimentos. Na Inglaterra, um cão
farejador notou uma mudança no odor de seu dono, seis anos antes de ser
diagnosticado com Parkinson. Pois a doença é silenciosa no início e começa 10
anos antes de iniciar os tremores. Isso levou a uma pesquisa científica na
Universidade de Manchester - em uma tentativa de treinar outros cães para
detectar a doença de Parkinson antes que os sintomas clássicos surgissem. Desde
2016, uma organização chamada Parkinson's Alert Dogs treina caninos para
reconhecer o cheiro da doença de Parkinson [11].
10
- Epilepsia
Os
cães podem detectar ataques epilépticos até 45 minutos antes de eles ocorrerem.
Em pesquisa recente mostra que os cães sentem o cheiro de moléculas que o corpo
humano libera durante uma convulsão. Os pesquisadores acreditam que as convulsões
desencadeiem uma mudança na atividade elétrica do corpo. E essas mudanças podem
afetar a composição das moléculas de odor que emitimos através do nosso suor,
respiração e, provavelmente, urina [12, 13].
Os
cães, como uma nova ferramenta de diagnóstico, podem revolucionar nossa
resposta ao COVID-19 em curto prazo, mas principalmente nos próximos meses, e
podem impactar no manejo de doenças, principalmente em eventos de alto risco. Os
resultados desses estudos podem levar a novas abordagens de rastreamento de
doenças que sejam baratas e precisas, sem serem invasivas [14].
Fonte: [1 - 14 no texto] [15, 16, 17, 18, 19].
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