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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Como as plantas se comunicam? Descubra os segredos da comunicação vegetal

As plantas são seres vivos surpreendentes, apresentando muitas características distintas dos animais. Mas você sabia que elas também têm a capacidade de se comunicar? Neste post, exploraremos os segredos da comunicação vegetal, como as plantas trocam informações e se beneficiam dessa interação. Prepare-se para descobrir um mundo oculto de comunicação entre as plantas!

1. Trocas químicas: o poder dos compostos voláteis

As plantas possuem uma variedade de mecanismos de comunicação, e uma das formas mais intrigantes é por meio da emissão de compostos voláteis. Esses compostos são substâncias químicas liberadas pelas plantas que possuem a capacidade de evaporar e se dispersar pelo ar, permitindo que sejam detectadas por outras plantas, animais polinizadores e até mesmo inimigos naturais.

Um exemplo interessante é o caso das árvores de acácia e das formigas de guarda que as protegem. As árvores de acácia emitem compostos voláteis que atraem as formigas para viver em simbiose com elas. Essas formigas, por sua vez, defendem a árvore contra herbívoros, mantendo-a protegida. Essa interação é possível graças à comunicação química entre as plantas e as formigas. <Leia mais sobre isso aqui: As plantas usam armas químicas e convocam exércitos em sua defesa>.

Formigas vivem em comunhão com a planta (Foto: Science)

Além das interações entre plantas e animais, as plantas também podem usar compostos voláteis para se comunicar consigo mesmas. Por exemplo, quando uma parte de uma planta é ferida, ela pode emitir compostos voláteis que sinalizam a outras partes da planta para iniciar uma resposta de defesa. Essa comunicação interna permite que a planta concentre seus recursos na área afetada, acelerando a cicatrização e a recuperação.

Em resumo, a emissão de compostos voláteis é uma estratégia poderosa que as plantas utilizam para se comunicar com outras plantas, animais polinizadores e inimigos naturais. Essa forma de comunicação química desempenha um papel fundamental na sobrevivência, reprodução e defesa das plantas, demonstrando a complexidade e a capacidade de adaptação desses seres vivos.

2. Redes de fungos: a comunicação subterrânea

As plantas têm uma relação simbiótica fascinante com os fungos do solo, conhecida como micorriza. Essa relação envolve a formação de uma rede de comunicação subterrânea, na qual as plantas se conectam e trocam nutrientes e informações por meio dos fungos micorrízicos.



Essa simbiose é benéfica tanto para as plantas quanto para os fungos. Os fungos micorrízicos expandem o sistema radicular das plantas, aumentando sua capacidade de absorver água e nutrientes do solo, especialmente fósforo e nitrogênio, que muitas vezes são escassos. Em troca, as plantas fornecem aos fungos carboidratos produzidos pela fotossíntese, que são essenciais para seu crescimento e sobrevivência.

Além da troca de nutrientes, as plantas também se comunicam com outras plantas por meio das redes de fungos micorrízicos. Essa comunicação ocorre por meio da transferência de sinais químicos e informações sobre o ambiente. Quando uma planta está sob estresse, como a presença de predadores ou a falta de nutrientes em uma determinada área, ela pode enviar sinais químicos através dos fungos micorrízicos para alertar outras plantas nas proximidades.

Esses sinais químicos podem desencadear uma série de respostas adaptativas nas plantas receptoras. Por exemplo, as plantas vizinhas podem aumentar a produção de compostos de defesa contra predadores ou ajustar sua taxa de crescimento e alocação de recursos para se adaptarem às condições do ambiente. Essa comunicação subterrânea permite que as plantas ajam de forma coordenada, compartilhando informações valiosas para sua sobrevivência e crescimento.

3. Sinais elétricos: os impulsos elétricos nas plantas

As plantas são seres vivos notáveis que também possuem a capacidade de gerar e transmitir sinais elétricos. A descoberta dos impulsos elétricos nas plantas revelou um aspecto fascinante de sua comunicação e resposta aos estímulos ambientais.

Os impulsos elétricos nas plantas são conhecidos como potenciais de ação, que são semelhantes aos impulsos elétricos encontrados nos sistemas nervosos dos animais. Esses potenciais de ação são gerados por mudanças na distribuição de íons nas células das plantas, especialmente íons de cálcio, potássio e sódio. Essas mudanças iônicas resultam em variações na carga elétrica das células e permitem a transmissão do sinal elétrico ao longo da planta.

A comunicação através dos sinais elétricos nas plantas desempenha diversos papéis. Primeiramente, esses impulsos elétricos permitem que diferentes partes da planta se comuniquem entre si. Por exemplo, quando uma folha é danificada, os potenciais de ação são gerados e transmitidos até as raízes, alertando a planta sobre a presença de predadores ou condições adversas. Essa comunicação interna ajuda a planta a iniciar respostas de defesa, como a produção de compostos químicos de proteção.

Outra descoberta intrigante é a capacidade das plantas de se comunicarem entre si por meio de sinais elétricos. Estudos têm mostrado que as plantas podem transmitir sinais elétricos através das redes de fungos micorrízicos, permitindo a comunicação entre diferentes indivíduos. Essa comunicação elétrica entre as plantas pode desempenhar um papel na coordenação de comportamentos adaptativos em resposta a condições ambientais desafiadoras.

Exemplo de experimento envolvendo eletrofisiologia vegetal: Controle do comportamento de uma planta com uso de outra. Fonte: Backyardbrains


4. Respostas coletivas: ações em grupo das plantas

As plantas têm a incrível capacidade de exibir respostas coletivas, ou seja, ações coordenadas em grupo, que demonstram sua capacidade de comunicação e cooperação. Essas respostas coletivas são uma evidência fascinante da sofisticada interação entre as plantas e o ambiente ao seu redor.

Um exemplo comum de resposta coletiva nas plantas é o fechamento das folhas em resposta ao toque. Esse fenômeno é conhecido como tigmotropismo e é observado em várias espécies vegetais. Quando uma folha é tocada ou estimulada, as células das folhas próximas ao local do estímulo enviam sinais elétricos e químicos para as outras células da planta. Esses sinais desencadeiam o fechamento das folhas, protegendo-as contra danos adicionais.

Tigmotropismo em Mimosa pudica.

Outro exemplo interessante é a resposta das plantas ao ataque de herbívoros. Quando uma planta é danificada por herbívoros, ela pode desencadear uma série de respostas coletivas. Uma dessas respostas é a liberação de substâncias químicas de defesa, como compostos voláteis e fitoalexinas. Essas substâncias químicas são liberadas na atmosfera ou no local do ataque e servem como um alerta para outras plantas nas proximidades. Ao detectar esses sinais químicos, as plantas vizinhas podem aumentar sua própria produção de compostos de defesa, tornando-se menos atraentes ou mais resistentes aos herbívoros.

Além disso, as plantas também podem exibir respostas coletivas em relação a estímulos ambientais, como a luz. Quando as plantas estão em uma densa floresta, por exemplo, elas podem competir por acesso à luz solar. Nesse cenário, as plantas podem ajustar seu crescimento e direção de suas folhas de forma coletiva, para otimizar a captura de luz. Esse fenômeno é conhecido como fototropismo coletivo e permite que as plantas maximizem sua capacidade fotossintética em condições desafiadoras.

Além das respostas coletivas visíveis, as plantas também têm a capacidade de se comunicar através das redes de fungos micorrízicos no solo, como mencionado anteriormente. Essa comunicação permite que as plantas compartilhem recursos, nutrientes e informações sobre o ambiente. Por exemplo, quando uma planta está sofrendo de deficiência de nutrientes em uma determinada área, ela pode enviar sinais químicos através dos fungos micorrízicos para alertar outras plantas nas proximidades sobre a disponibilidade limitada de nutrientes. Essa comunicação permite que as plantas ajustem seu crescimento e alocação de recursos para maximizar sua sobrevivência.

Um visual simplificado das interações entre espécies na rede de fungos. Considera-se que a rede de interação existente entre as plantas e suas raízes formando micorrizas e suas interações são comparáveis com nossa Internet e as redes sociais. (Fonte: BBC)

A comunicação vegetal é um campo fascinante da biologia que revela a incrível complexidade e adaptação das plantas. Ao compreender como as plantas se comunicam, podemos desenvolver um maior respeito e apreciação por esses organismos vitais em nosso planeta. Afinal, mesmo no silêncio do mundo vegetal, a comunicação está acontecendo constantemente.

Fontes: 123
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